sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Portfólio: Texto Argumentativo III

"Alberto Caeiro (...) surge como homen de visão ingénua institiva, gostosamente entrege à infinita variedade das sensações" - Jacinto Prado Coelho

Alberto Caeiro centra toda a sua atenção na natureza utiliza as sensações como principal meio de observação, regeitando, deste modo, a consciência, pois esta impediria a deambulaçao e o sossego.
A postura do eu poético, ao longo de todos os seus poemas é de serenidade, observação e ingenuidade, e isso reflecte-se também a nivel da composiçao e estruturação dos poemas. Utiliza uma linguagem oralizante e prosaica, métrica irregular e versos soltos, o que reflecte a ausência de instrução e o desejo que este tem em sentir-se livre.
É um poeta que não utiliza adjectios, pois estes iriam distorcer a realidade e impedir que se observasse a realiadade objectiva das coisas. Verifica-se também que existe a ausência de ambições, pois iriam dificultar a total comunhão com a natureza. Não acredita no transcendente, nem naquilo que ultrapassa a realidade e está para além do poder dos sentidos, e isso verifica-se principalmente no poema "Há metafísica bastante em não pensar em nada".
Em suma, podemos observar que a feicidade do sujeito poético só é completa se existir um afastamento dele em relação as pessoas, e também se não utilizar a consciência, pois esta impossibilita a comunhão com a natureza e a total felicidade do poeta.

Elaborado por: Bruno Cabral

Portfólio: Texto Argumentativo II

”Em que consiste a teoria do fingimento poético?”

A teoria do fingimento poético consiste na transformação intelectual do pensamento, ou seja, o poeta finge completamente a dor.
Na perspectiva de Fernando pessoa, existem três tipos de emoções que estão por detrás da poesia: as “emoções vividas” mas já passadas, visto que a composição de um poema deve ser feita não no momento da emoção, mas no momento da sua recordação; as emoções que ficam “presentes na recordação”, que são repetidas através de um processo de transformação pelo intelecto; e por fim as “emoções falsas”, não vividas mas sim imaginadas.
Se nos questionarmos acerca das emoções do leitor, podemos obter a seguinte conclusão: estas emoções não são as vividas pelo poeta, nem aquelas que exprimiu artisticamente. São apenas emoções reflectidas pelo poema, que provocam um estado de alma que não se define na totalidade.
Logo, podemos concluir que toda a emoção que é verdadeira é transformada na inteligência, pois não se dá nela. Para uma emoção ser verdadeira, tem de se dar na inteligência e isto, segundo Pessoa, não se verifica, pois as emoções são sentidas primeiro pelo coração. Assim, a teoria do fingimento poético, resume-se na capacidade que o poeta tem de transformar com o intelecto, a matéria em poema e este funciona como o produto das emoções, intelectualizadas pelo sujeito poético.

Elaborado por: Ruben Amaral

Portfólio: Texto Argumentativo I

“tal como a árvore dá frutos, o homem cria versos”.

Para Alberto Caeiro fazer poesia é uma atitude involuntária, espontânea, pois vive no presente, não querendo saber de outros tempos, é o criador do sensacionismo, vive de sensações, predominantemente visuais “tal como a árvore dá frutos, o homem cria versos”.
Caeiro identifica-se muito com a natureza, vive segundo o seu ritmo, deseja diluir-se nela, integrando-se nas leis do Universo, como se fosse um rio ou uma árvore. Contudo para Alberto Caeiro fazer poesia é uma atitude involuntária, espontânea, recusando a introspecção e a subjectividade, abre-se ao mundo exterior com passividade e alegria. É um poeta do real objectivo.
Homem espontâneo, ingénuo, inculto (em relação à instrução escolar), simplicista, recusa a expressão em termos de sentimentos. Para Caeiro não importa saber do passado nem do futuro, vive o presente das sensações visuais, simples no papel, recorrendo à liberdade estrófica, do verso e ausência da rima, tendo uma linguagem simples de tom familiar.
Considerado por Fernando Pessoa como Mestre dos heterónimos e do próprio Pessoa ortónimo, Caeiro exprime e representa a visão marcadamente não humana, primitiva e “pura” da natureza e até do homem. Ausente da emoção ( da subjectividade) e de toda a cultura (a Razão) que o homem foi criado ( pois Aberto Caeiro não possuía mais do que a instrução primária, era “guardador de rebanhos” e “vivia num outeiro”), este heterónimo faz da pura sensação e do objectivismo (absoluto) o “ideário” da existência e da sua escrita.
Em suma, a sua poesia é feita de uma matéria habitualmente não-poética em que a linguagem procura estar o mais próximo possível das coisas, das sensações, pois as ideias e os conceitos são um obstáculo ao puro sentir e ao puro viver.

Elaborado Por: Rodrigo Pimentel

Portfólio: Caricaturas.

A Caricatura apresentada é de Fernando Pessoa e as seguintes são alguns dos seus heterónimos




A caricatura faz referência a Alberto Caeiro "Mestre de todos os mestres".



A caricatura faz referência ao heterónimo Ricardo Reis.



A Caricatura faz referência ao heterónimo Alvaro de Campos.

Portfolio: Registos de Áudio

O Menino Da Sua Mãe

Mafalda Veiga

Composição: Fernando Pessoa


O plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
- Duas de lado a lado -
Jáz morto e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! Que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
"O menino da sua mãe".

Caía-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe está inteira
É boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

De outra algibeira alada
Ponta a roçar o solo
A brancura embainhada
De um lenço ...Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Tão jovem! Que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
"O menino da sua mãe".

Lá longe, em casa, há a prece:
"Que volte cedo e bem!"
(Malhas que o Império tece!)
Jáz morto e apodrece.

O menino de sua mãe.

Cavaleiro Monge

Mariza

Composição: Fernando Pessoa

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por casas, por prados
Por quinta e por fonte
Caminhais aliados

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por penhascos pretos
Atrás e defronte
Caminhais secretos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por prados desertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por ínvios caminhos
Por rios sem ponte
Caminhais sozinhos

Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por quanto é sem fim
Sem ninguém que o conte
Caminhais em mim.

Interpertação do grupo: todas as músicas apresentadas são adaptações de poemas de Fernando Pessoa. Podemos verificar a saudade que o poeta apresenta em relação a sua infancia. Este tambem retrata um menino que se encontra longe da sua familia. Esta anseia o seu regresso e isto pode-se verificar principalmente quando o poeta afirma "Que volte cedo, e bem". Por fim ha um retrato de um cavaleiro que andava sem rumo, percorrendo vales, rios e montes. Este apresentava uma forte ligaçao com a Natureza, regeitando, deste modo, o contacto com as pessoas. Preferindo silêncio e o afastamento em relaçao aos problemas.